Compartilho com vocês, amigos insubstituíveis...
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"Não se engane, o ser humano morre não quando seu coração deixa de pulsar, mas quando de alguma forma deixa de se sentir importante." [Augusto Cury]
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Você é Hands on?- Max Gehringer (Colunista Revista EXAME)
Vi um anúncio de emprego. A vaga era de gestor de atendimento interno, nome que agora se dá à seção de serviços gerais. E a empresa exigia que os interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem hands on. Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico. Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Pelo contrário, é quase o paradigma dos anúncios de emprego. A abundância de candidatos permite que as empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá de saltar para ser admitido.
E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da super-qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico...
Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de atendimento interno. E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges Gerente da Contabilidade.
* Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
* In a hurry!
* Saúde.
* Não, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência em inglês se aqui só se fala português?
* E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
* O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho profundos conhecimentos de informática.
* Não, não. Cópias normais mesmo.
* Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que tiramos.
* Fabiana, desse jeito não vai dar!
* E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
* Como assim?
* É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso um desperdício do meu potencial energético.
* Olha, neste momento, eu só preciso das três có...
* Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
* Futuro? Que futuro?
* É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não aconteceu nada.
* Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
* Sei. Mas o senhor é hands on?
* Hã?
* Hands on.. Mão na massa.
* Claro que sou!
* Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada.
Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:
1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas.
2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.
Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores. Em um a empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a Fundação Alfred Nobel.
Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas!
Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas Fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista da van.
E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação. Só que não sabia nem abrir o capô. Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos ele falava "nóis vai" e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.
Um profissional é o somatório de sua genética com o que aprendeu na família, na escola, na comunidade e nas empresas onde trabalhou. Tenho conhecido muitas pessoas com genética boa, mas com maus hábitos, o que acaba por prejudicá-las em suas carreiras. São pequenas mas desagradáveis atitudes que atrapalham muita gente e que acabam por desqualificar bons funcionários. Não basta ter conhecimentos técnicos ou gerenciais, é necessário APRENDER A TRABALHAR. Raramente se ensina para alguém como trabalhar e isto independe da atividade de cada um. Vale para qualquer profissão. Vejamos alguns hábitos muito ruins e freqüentes em nossos profissionais:
1. NÃO ANOTAR: em alguns cursos, interrompo a aula e digo para minha platéia, que não toma nota de nada: “Vocês não estão assistindo a um show. Isto é um treinamento e quanto mais vocês anotarem, mais vocês aprenderão. Não adianta ficar de braços cruzados apenas me ouvindo”.
2. NÃO UTILIZAR AGENDA: fico muito desapontado quando peço algo para uma pessoa ou quando marco uma reunião e ela não toma nota na agenda. Este mau hábito demonstra pouco caso com o compromisso assumido e aumenta a probabilidade do esquecimento.
3. NÃO OUVIR: hábito deplorável, muito comum em diretores e presidentes. Quando você fala mais do que ouve, você pára de aprender e fica obsoleto. Ouvir o que outros falam é uma atitude que demonstra inteligência e respeito.
4. NÃO DAR RETORNO: se um profissional não pode atender ao telefone ou responder imediatamente um e-mail, deve fazê-lo o mais rápido possível, preferencialmente no mesmo dia. Conheço pessoas que jamais dão retorno. Você tem que ligar uma segunda vez.
5. NÃO SER PONTUAL: péssimo hábito, identificador de absoluta falta de respeito. Há pessoas que SEMPRE se atrasam. Observe a cara ridícula desta gente quando entra em uma reunião ou em um curso e atrapalha a todos!
6. NÃO TER O MÍNIMO DE ETIQUETA – manifestar PRECONCEITOS, RACISMOS, atender o celular no meio de um curso, manter conversas paralelas em uma reunião.
7. NÃO LER NEM ESTUDAR: profissionais que não sabem pesquisar nem ler nem estudar não são profissionais. São amadores que devem ser imediatamente descartados. Uma empresa não progride com gente ignorante trabalhando em sua equipe.
8. SER DEFINITIVO DEMAIS: é a característica do burro por convicção. Ele tem opiniões formadas sobre todos os assuntos e jamais se permite análise crítica. Como “sabe tudo”, não aprende nada e permanece mergulhado em uma ignorância profunda.
9. NÃO PERDER A PIADA: são aqueles caras engraçados que fazem todo mundo rir. Um circo de segunda classe talvez fosse o lugar mais adequado para esta gente. Ter bom humor é fundamental, mas estar sempre rindo e contando piadas (especialmente se for para debochar dos colegas ou da própria empresa) é característica de alguma patologia que mereceria ser investigada por um psiquiatra.
10. NÃO SE PREPARAR PARA UMA REUNIÃO: são profissionais que vão para reuniões e para cursos “de mãos abanando”, sem qualquer tipo de preparo. Atitude deplorável, que prejudica a produtividade das atividades e atrapalha o grupo.
11. PROCRASTINAR: o popular “empurrar com a barriga”. São os preguiçosos que sempre deixam algo para amanhã. Não fazem nada rápido e não tem senso de urgência.
12. SER ADEPTO DE FOFOCAS: expor a própria vida privada e a dos outros. A fofoca, embora possa parecer inofensiva, tem efeitos muito nocivos na produtividade e no ambiente de trabalho.
13. NÃO TER A VIDA FINANCEIRA ORGANIZADA: aquela velha máxima de deixar os problemas pessoais “atrás da porta” quando se entra no trabalho não funciona. Quem tem a vida financeira e pessoal desorganizada é um profissional de segunda linha, que frequentemente perde o foco e a capacidade de concentração no trabalho.
14. NÃO CUIDAR DA SAÚDE; noitadas, excesso de peso e falta de preparo físico não prejudicam apenas atletas, prejudicam qualquer profissional. Em um corpo cansado ou doente não existe lugar para o aprendizado e para a produção de boas atividades. Simples assim!
15. NÃO CUMPRIR COMPROMISSOS: se você precisa entregar um trabalho em uma data definida, você deve entregar, nada menos do que isto. Não cumprir prazos é fatal para um profissional. Não tem tempo? Não gosto e não quero ouvir esta desculpa “furada”. Se não há tempo durante o horário normal, faça de madrugada, mas faça!
Ensinar a trabalhar! Talvez seja a peça que está faltando no currículo das escolas e dos MBAs, no treinamento das empresas e nas conversas entre pais e filhos.
Paulo Ricardo Mubarack
1 - Faça um planejamento das atividades que são realizadas diariamente e dê prioridade às ações consideradas mais urgentes.
2 - Se existe uma data para a entrega de um relatório, por exemplo, tente preparar o material com dois dias de antecedência. Isso permitirá que seja feita uma revisão, possíveis alterações e você evitará ser "cobrado".
3 - Caso algum colega esteja com complicações para concluir um trabalho, se possível ofereça ajuda. Muitas vezes, nossas atividades estão diretamente relacionadas às responsabilidades do profissional que senta ao lado.
4 - Hoje, inúmeros profissionais têm o computador como instrumento de trabalho. Escolha um fundo de tela que transmita sentimentos bons. Assim que ligar o micro, você poderá ver uma paisagem, um sorriso de uma criança ou até uma ilustração que o faça dar um breve sorriso.
5 - Há pessoas que melhoram a produtividade ao escutarem música. Faça uma seleção de seu repertório preferido e use os fones de ouvido para escutar melodias que o relaxem.
6 - Sua mesa também merece atenção. Claro que a presença de determinados objetos e documentos é fundamental para o exercício das suas atividades. No entanto, não custa dar um toque pessoal e colocar um porta-retrato, um acessório de escritório, algo que expresse sua personalidade.
7 - Na hora do almoço, procure uma companhia agradável. Uma boa conversa com um colega sempre relaxa a mente.
8 - Caso você sinta-se muito tenso e não consiga realizar uma determinada atividade, dê uma "paradinha estratégica" de pouco minutos e tome um cafezinho ou mesmo uma água para refrescar os neurônios. Outra dica interessante é sair um pouco do ambiente fechado para respirar fundo. Abrir a janela da sala e olhar para o mundo "lá fora", pode até ajudá-lo a ter uma boa ideia.
9 - Quando sua musculatura começar a reclamar, levante-se da cadeira por uns cinco minutos, por turno, e faça alguns exercícios laborais.